Doce Veneno
Se tua voz suave em meus ouvidos penetrasse
Em súbita insistência de chamar-me a atenção;
Se os sonhos que eu sonhei de repente tu sonhasses,
Seríamos eu e você... Um só coração!
Se fosses como a Lua diminuias o teu brilho,
Mas ao alcance de meus lábios estarias;
Sendo quem és me torna trem fora do trilho
Mas que uma Deusa, um baú de fantasias!
É desumano esse teu não que me atormenta
Quando me encontro a imaginar-me em tuas curvas;
Só sei querer... Não é de mim ser egoísta!
Quer me afastar de teus anseios mas nem tenta,
Faz o que faz e sem te ver não quer que eu durma;
Doce veneno, que se esconde dando pistas!
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ROMANCEANDO O RETRATO DE MAI BRASIL
(Do Poeta OKLIMA, aqui do Recanto. Versos que recebo como um afago na alma. Amei, poeta. Amei! )
Que fazes tu, mulher, em meio às flores,
a despertar delírios e desejos,
acalentando acepções de amores,
anoitecendo angustiados pejos.
Mulher mutante, em messes multicores,
coqueteando cantos de cortejos,
eu, beija-flor, irei por onde fores,
sugando o mel na boca de teus beijos.
Enverdecido pela natureza,
perfumado das pétalas rosadas,
concedendo das coxas a beleza,
o teu retrato rouba às madrugadas
dos sexos simplistas a riqueza,
porejando paixões imaginadas...