Poema Torto
Poema Torto
Sem verter lágrimas meu coração chora
Enredando-se na melancolia sem saber porque
São espinhos das flores do tempo a chover
No embalo das lembranças que me assediam agora
Não há revolta... A vida é sábia e aprimora
Erros houve, mas não há como retroceder
A sementeira é livre, mas temos que colher
O presente é fruto do pretérito que aflora
Olhar voltado para o infinito num misto de dor
Luar amoroso envolve meu corpo mansamente
Num beijo terno transmitindo o colírio do amor...
Como poema torto, sem rima, frio e sem frescor
Na estrada empoeirada sorvo o fel e na mente
Sou a lua que a distância busca do o sol o calor.
Norma Bárbara