Zigurate

Teu corpo edificou na minha vista

uma torre de Babel sob meus ombros

que mais do que sonho de artista

esfacelou minha língua e meu passado

Tua vontade em mim destruiu os laços

de mim mesmo com o mundo e tudo

Tua opulência magna tomou os espaços

e cegou-me a vista, tornou-me imundo

Sem querer agora perdi minha forma

e da vida a identidade que eu tinha

minhas veias clamam e meu espírito ruge

Pra onde vou não sei mais... e ir

é perder-me em meus labirintos

Fiquemos quietos, e que o tempo nos enterre

Tiago da Silva
Enviado por Tiago da Silva em 31/08/2009
Código do texto: T1784530
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