INFORTÚNIO
Vejo a pálida luz da tarde
Aos poucos esmaecendo
Esgueirando-se pelas frestas
Da minha prisão... Gemendo.
Ó noite que adentrais
Na alcova dos sonhos meus
A envolver tua escuridão nos meus quintais
Que neste leito me aprisiona como teu.
Queria só por um momento respirar
Passear nas manhãs de primavera
Exorcizar as agruras de mim
E sentir a brisa fria na janela.
Ó destino insano! A beijar-me o rosto
Deixando-me a mercê dos teus gostos.
Angela Pastana...poeta paraense