OS SONS DA SOLIDÃO
Eu amo uma mulher que não existe.
Conversamos demais, quando não some.
Às vezes é-me alegre, às vezes triste,
às vezes me conforta ou me consome.
Quando versos componho, ela me assiste
calada, pra que o tema não me tome,
e quieta e calada assim persiste
em tal silêncio, que nem sei seu nome!
Mas se canto de amor uma canção,
ela canta comigo. Então me vem
a vasca de viver abstração.
De montar a mulher que me convém,
dando sons sensuais à solidão,
confortando minh’alma sem ninguém.
Odir, de passagem.
Eu amo uma mulher que não existe.
Conversamos demais, quando não some.
Às vezes é-me alegre, às vezes triste,
às vezes me conforta ou me consome.
Quando versos componho, ela me assiste
calada, pra que o tema não me tome,
e quieta e calada assim persiste
em tal silêncio, que nem sei seu nome!
Mas se canto de amor uma canção,
ela canta comigo. Então me vem
a vasca de viver abstração.
De montar a mulher que me convém,
dando sons sensuais à solidão,
confortando minh’alma sem ninguém.
Odir, de passagem.