ENSEADA
ENSEADA
A filha loura do mar, de casa fugida,
busca entre os morros de mata nativa
a sereia morena, mimosa e lasciva,
que se deleita no embalo da onda contida.
Cama cor bege, seu leito nessa deriva,
que o geo-acidente lhe há comprazido;
mareja paz n’alma do turista acolhido,
quando a areia desfaz a marola esquiva.
É um tranqüilo tumulto em festa na areia,
onde a amizade grassa na alma sem peia
de todos quantos lhe aspiram a maresia.
Doce embalo acalanta ledos amantes;
no dorso do mar, em êxtase, os navegantes
brindam ao encontro com sua poesia.