ANDO CALADA
Ando calada, sem emoção.
Feito calmaria em mar aberto
Tenho andado meio sem razão
Tropeçando no tempo incerto.
Deixo as horas espalhadas pelo chão
Na face oculta, descolorida dor manifesto.
Da flor que não deixou de ser botão
E o óleo da candeia derramou-se o resto.
Perambulo minhas mãos
Nas rugas que o tempo deixou
Cicatrizes marcadas no coração.
Deixo-me levar sem destino, sem noção.
Por companhia a melancolia ficou
E marcou-me com seu brasão.
Angela Pastana...poeta paraense