VERDADEIRA FACE
Se tua beleza, em mim, sepulta o ócio
Desejo, então, cantá-la ainda na terra
Em ti contemplo a flor mais forte e bela
Que faz da carne menos que um negócio
Ó bela, és verdadeira, és singela
De espinhos que derrotam a vaidade
E exaltam tua essência tão sincera
No tempo que sucumbe à tua idade
Assim, te entrego o curso de minh’alma
E o corpo que te exalta num lampejo
Amo-te inteira e tanto isso me acalma
Verônica, és flor do meu desejo
Unidos nesta vida além das palmas
Na verdadeira face então me vejo
Niterói, novembro de 2008
O nome Verônica tem sua origem em “vero icononicus,-a,-um”, do latim, verdadeiro ícone (copiado do natural). O rosto de Cristo (verdadeira face), segundo a tradição cristã, foi impresso em um pano que lhe fora oferecido por uma mulher durante sua caminhada ao Gólgota. A mesma (sábia) tradição, nomeou essa mulher por Verônica, nome de batismo de minha esposa, a quem ofereço este soneto.