ÁLBUM DE FAMÍLIA
Vezes há, na simples grande casa em que moro,
que lembro papéis há muito não encenados,
e embebem-na inda velhos sonhos já sonhados.
Lar – entre cujas paredes rio e choro.
Mente acesa, com perfis de estros retratados,
muita vez estas salas de cenas decoro.
Mas onde de anos idos o falar sonoro?
Onde os meninos? Onde os risos gargalhados?
Vida enfora, na caravana do tempo,
se é mansa a brisa ou tenaz é o vento,
leva-se no cajado um bornal de saudades.
O álbum de família tem choros e risos,
flores colhidas em perdidos paraísos,
sem noção de que isso era felicidade.