Soneto IV (de Louise Labé)
IIII
Depuis qu'Amour cruel empoisonna
Premierement de son feu ma poitrine,
Tousjours brulay de sa fureur divine,
Qui un seul jour mon coeur n'abandonna.
Quelque travail, dont assez me donna,
Quelque menasse et procheine ruïne :
Quelque penser de mort qui tout termine,
De rien mon coeur ardent ne s'estonna.
Tant plus qu'Amour nous vient fort assaillir,
Plus il nous fait nos forces recueillir,
Et toujours frais en ses combats fait estre
Mais ce n'est pas qu'en rien nous favorise,
Cil qui les Dieus et les hommes mesprise :
Mais pour plus fort contre les fors paroitre.
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Soneto IV
Depois que o Amor cruel envenenou
Pela primeira vez o meu peito
Ardo constantemente sob seu divino efeito
Que nem por um dia meu coração abandonou.
Qual seja o tormento, pois a sofrer estou,
Qual seja a ameaça e iminente malfeito:
Qual seja o pensamento de morte que a tudo dá jeito,
Meu coração ardente não se sobressaltou.
Tanto mais o Amor nos ataca fortemente,
Nossas forças se reúnem bravamente,
E nos fazem ser livres em sua luta.
Mas não nos ajuda em nada,
Quem de deuses e homens dá risada,
E se considera o mais forte na disputa.