Poetas Mudos!
Cães a essa hora da madrugada
Ladrem ao mundo minha dor
Que eu não posso que eu não devo
Calo-me na tortura do desamor...
Aves, milhares todas do mundo
Grasnem, em uníssono, dó maior
Que essa dor me arranca a garganta
Rasga-me o peito sem nenhuma dó
Todos os animais do planeta
Façam barulho, acordem a todos
Que não posso falar do que sinto
Pois que me chamariam de louco
Todos os poetas, que como sino
Bimbalham, bimbalham e dizem pouco...