DOMADOR DE TEMPESTADES


Na noite em que me expuseste os teus conceitos,
Tua leitura do mundo, o teu sentimento latejante,
Minha cabeça ficou como uma mala revolvida,
Entre o intervalo do espanto e da admiração.

Puxei o teu verbo com saca-rolhas de carinhos,
E entre muitos beijos e garrafas de bom vinho
Te soube inteira; alma, convicções e corpo,
E  foi em ti que descobri a origem do relâmpago.

Me atingiste tal qual rajada de virtuosa energia ,
Como um clarão de luz desafiando a noite inerte,
E o meu mundo, de luz saudoso, teve aurora.

Eu que, tedioso, já estava doente de rotina
Ergui os braços e os ventos me obedeceram
Como se eu fosse um domador de tempestades.

João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 24/08/2009
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