Amor perene
 
No espelho espio minha tez vincada,
no meu semblante a vida que declina,
que nada tem daquela flor-menina,
do que já fui, também não vejo nada.
 
E já nem sou aquela tua amada,
de olhar seguro, jovem, bem traquina,
febril de amor, tão louca, tão felina,
de tez macia, firme e bem rosada.
 
Relembro meu passado bem vivido,
do teu amor tão meu, amante, amigo,
enfim, ternura pura, que me invade.
 
De novo espio e vejo-te, querido,
igual a sombra, sempre estás comigo:
tu és em minha vida só saudade.
 
Cuiabá, 24 de Agosto de 2009.
Sonetos Diversos, pg. 71
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 24/08/2009
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T1771311
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