À deriva

Não sei porque minh’alma tanto freme,
perdida e só no mar de teu olhar,
tornei-me nau errante, a soçobrar,
sem âncora, sem bússola, sem leme;

não sei por que meu corpo frágil treme,
sentindo-se desnudo e sem lugar,
perdido - uma gaivota em alto mar
que, entregue à própria sorte, grita e geme.
 
No teu olhar me perco em um segundo,
pois ele é pleno sol que a mim aquece
deixando-me tão nua, tão cativa;

e nesse entrelaçar sem fim, profundo
meu ser, emocionado, se enternece
no mar de teu olhar fica à deriva.
 
Livro PURA CHAMA, pg. 110

 
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 22/08/2009
Reeditado em 03/05/2014
Código do texto: T1768404
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