Morrer
Morrer, enquanto estua em minha artéria o sangue...
Enquanto sou desejo... Enquanto sou vontade...
Enquanto a vida não me fez triste e covarde,
Nem meu olhar tornou inexpressivo e langue...
 
Enquanto os meios busco p’ra alcançar um fim...
Enquanto tenho fé e não me falta o riso...
Enquanto, confiante, no terreno piso,
E, firme, não vacilo e sou senhor de mim...
 
Morrer, enquanto pulsa em mim tão terno amor,
O puro amor que sabe ser somente luz...
Enquanto sou capaz de assim sonhar, sentir!
 
Partir, enquanto sou poesia, sou fulgor!
Enquanto leio os versos que feliz compus,
Enquanto sou paixão vibrante, sou devir!

Antonio Lycério Pompeo de Barros
Edir Pina de Barros

  
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 21/08/2009
Reeditado em 21/08/2009
Código do texto: T1766088
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