Quantas vezes...
Quantas vezes...
Quantas vezes as lágrimas eram disfarces
Para a voz rebelde que o coração soletrava
Presa no peito em chagas repousava
Transfigurada expondo diversas faces
Quantas vezes ínfimos grãos de alegria
Eram mascarados por falsa carranca
E a vida passando em nuvens brancas
Como turista divagava entre orgias
Quantas vezes um perfumado roseiral
Convidava ao amor, caridade e perdão
Bailando ao vento num socorro divinal...
Quantas vezes o sorriso dum infante fez-se sinal
Mas só a dor amiga foi o cálice da solução
Purificando a alma num abraço fraternal.