Eu escrevo para dez fantasmas aflitos
Que esperam, ansiosos, do lado de fora.
Pela manhã lerão este edital de amor,
Na edição matinal das primeiras rosas.
Em cada pétala da flor desabrochada,
Uma gota de puro orvalho declamará
Um poema sutil de amor não decifrado,
Mas entendido por quem ama de verdade.
Como o vento, por corredores milenares,
Levará esta mensagem ao mundo todo:
Finalmente o rei nasceu – que viva o rei –
Porque o amor é o suserano dos sentidos,
E os corações que lhe prestam vassalagem
Não marcharão no batalhão dos infelizes.