Este meu querer
Confesso-te meu querer além mar
Abro meu peito feito sabiá
E canto na tarde que cá fenece
Este amor meu que sem motivos cresce
Eu te quero ainda que sem futuro
Numa manhã de sol num canto escuro
Colhendo frutos em meio a espinhos
Verdejando folhas em nus raminhos...
E se o olhar de meu amor não ti bastar
Minh’alma veleja o espaço além mar
Por que eu amo o bastante de mim
Desses quereres tão antigos assim
Que se escrevem em sonetos de amor
Ou morrem tais pétalas de uma flor!...