Dissonante
Se eu caí sozinho, não foi sem razão
Ceguei-me deliberadamente, ignorando
Os buracos que se abriam no chão
Cego por vontade, continuei andando
Não me levantei, nem segurei a tua mão
Prossegui todo o percurso engatinhando
pensando nas causas do teu “Não”
e novamente supondo, supondo, supondo
A cada passo caio e me ergo, sinto me tonto
Ando em círculos, gravitando ao teu redor
Enquanto me censuras, por pensar tanto
Por sempre escolher dos males o menor
Por viver estático, preso a um ponto
Duma melodia dissonante em sol maior