Amo-te e dane-se!
Não queres um pedaço do meu aconchego,
desprezas o meu colo mais doce e sedento,
invades-me, sem carícia, e eu já nem mais tento
pousar em tua pele um carinho, um apego.
Falas de mim... ou já nem sei se ainda falas...
Há pouco fazíamos, sempre, eternas núpcias...
Hoje, onde foram aterrissar as volúpias
que perpetrávamos com despudor nas salas?
O fato é que o amor tido por ti ficou
no âmago da minha existência fecunda...
O sabor da maçã, que jamais esquecemos...
Amar-te foi avivar em mim o que sou,
pesquei na vastidão da minha água profunda
o sentimento de Amor, vivo em seus extremos!