Cega Razão
Cega Razão
Maju Guerra
Ainda ouço ao longe a canção
A embalar o meu sono como reza
São lamentos da sentida solidão
Rompendo os muros da fortaleza
De que adiantou, cega razão,
Trancar-me nas torres da certeza,
Se mesmo ferida cedi à tentação,
Abri as janelas, libertei a tristeza?
Minh’alma escrava da esperança,
Insano sentimento a consolar
Cada fio de sofrida lembrança,
Aguarda o calor do amanhecer.
Envolta em sonhos ousa desejar
A magia... a volúpia... o querer.
Maria Julia Guerra.
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