Soneto a um desencontro.
A rua se estendia pelo escuro
Do fim não se sabia o conteúdo
Por mais que se olhasse a miúdo
Na frente só se avista estranho muro.
Perdeu-se, talvez, em tal procura,
Quem, sem temer surpresas, foi avante,
Deixando, aqui parado, hesitante,
O outro, com temor, da aventura.
E assim, quem foi não volta da estrada,
Deixando em dúvida, o destino percorrido,
Para que o outro o seguisse sem a dúvida.
Deixando assim, o coração pagando a dívida,
Do que a mente, por razão, há decidido,
Não arriscar a se perder, certa ou errada.