Ciclos LXXII
No outono desta vida vivo agora,
- eu tenho mais passado que futuro -
e trago em mim a Caixa de Pandora,
guardada nos meus ermos, lá no escuro.
O tempo se passou e foi-se embora,
e aos poucos me calei, e em mim me amuro,
e dores já nem sinto, como outrora,
tornei-me um ente só, silente, obscuro.
Eu vivo aqui perdida entre os meus versos,
que pulsam dentro em mim, nos meus anversos,
regados pelo pranto da amargura.
Conter o tempo, sim, eu bem quisera,
trazer, de volta minha primavera,
pintar de azul a minha noite escura.
Cuiabá, 12 de Agosto de 2009.
No outono desta vida vivo agora,
- eu tenho mais passado que futuro -
e trago em mim a Caixa de Pandora,
guardada nos meus ermos, lá no escuro.
O tempo se passou e foi-se embora,
e aos poucos me calei, e em mim me amuro,
e dores já nem sinto, como outrora,
tornei-me um ente só, silente, obscuro.
Eu vivo aqui perdida entre os meus versos,
que pulsam dentro em mim, nos meus anversos,
regados pelo pranto da amargura.
Conter o tempo, sim, eu bem quisera,
trazer, de volta minha primavera,
pintar de azul a minha noite escura.
Cuiabá, 12 de Agosto de 2009.
Livro: CICLOS, pg. 96