NÃO DIVULGO
Nas caladas da noite quando dorme
No escombro do horizonte, o velho dia,
O silêncio estonteante e desconforme
Cobre a terra e nossa alma tripudia.
Na solidão do quarto o poeta escreve,
Abre as asas da doce inspiração
E os versos vêm ardentes ou em neve
Rebuscados de amor ou de paixão.
É à noite que se escreve as grandes obras
Regadas por tamanha fantasia
E a inspiração assiste até com sobras
Até que raie o albor do novo dia.
A noite é dos poetas – diz o vulgo -.
Há mais um segredinho... Não divulgo!