Soneto n.88
UMA
A parte que é uma pura armadura
espera pela outra, que é só alegria,
e anseia - dia a dia - por harmonia,
mesmo se tropeço em desventura.
Uma parte é feito a fruta madura,
sonha com entregas, com fantasia,
busca o Sol, o sal, alguma ousadia
que me livre do lado amarradura.
Não ligo para o modo que sou feita,
se eu sou o riso doce ou só o pranto,
no tanto que rio e choro - já desfeita.
Refeita, dou a receita: cristal ou pluma,
tenho a valentia do que escrevo... canto
e, unindo minhas duas, eu me faço uma.
Silvia Regina Costa Lima
junho de 2009
A parte que é uma pura armadura
espera pela outra, que é só alegria,
e anseia - dia a dia - por harmonia,
mesmo se tropeço em desventura.
Uma parte é feito a fruta madura,
sonha com entregas, com fantasia,
busca o Sol, o sal, alguma ousadia
que me livre do lado amarradura.
Não ligo para o modo que sou feita,
se eu sou o riso doce ou só o pranto,
no tanto que rio e choro - já desfeita.
Refeita, dou a receita: cristal ou pluma,
tenho a valentia do que escrevo... canto
e, unindo minhas duas, eu me faço uma.
Silvia Regina Costa Lima
junho de 2009