Duas sensações, um só querer
Deparei-me frente à frente
Em um instante, com duas sensações
Uma paixão de pulsar latente
Um amor gerando escravidão
A ela serei subserviente
Ao amor, sempre, nada será em vão
À paixão um querer consumo
Ao amor um buscar desdobramento
Nela esgoto meus insumos
No amor, meu mapa no firmamento
À labareda, cinzas ao vento
A lareira, um crepitar aquece o intento
Desafiam-me meus quereres
O desejo a paixão consente
O permanecer o amor o amor infere
A paixão que se esgota se tudo se sente
Amor a serenidade que o para sempre beire
A paixão, que a eternidade desmente
Ao amor, definitivo, serei fiel
Da paixão lembrarei o prazer
E quando estiver ao léu
Querendo um querer apenas ter
Fico cada vez mais com o amor, pois sei
Que com uma paixão, posso outra paixão esquecer