Soneto XXIX
Nos olhos escuros mudos e ativos
Num lugar distante e indiferente
A alheia sensível na partida sente
Movendo, querendo e vendo cativos.
Do todo fica um pouco, um segredo...
Na desatinada paixão que passa, peço
Das contrariedades assim esqueço
De um certo medo, no degredo cedo.
Da maldade que insiste a atormentar
Recôndito da minha vida e morte
No coração a ferida da memória.
Na agitação a palpitação elementar
Uma lua crua de desejos aos sem sorte
Resiste, e insiste no amor a glória.
HERR DOKTOR