Soneto de Amor XXVIII
Amor é chama tíbia dos sentidos
Na luz crua que invade meu ser confesso
Da lua nua as estrelas dos atos vencidos
Em cada passo, não penso só peço.
Amor um taciturno sofrer inconfesso
Domina o corpo feito vibriões garridos
De cálida flor ávida do avesso
No coração o perdão dos não partidos.
Amor bate no peito a insânia minha
Sorve das letras tudo o que acarinha
Continuamente, tristemente sente.
Amor, um gênio do querer concreto
Como rio oculto que brota silente
Do sofrer abjeto o decreto secreto.
HERR DOKTOR