COGUMELO MÁGICO
(06 de agosto de 1945)
Lílian Maial
Da sopa de letrinhas que o homem criou,
o céu serviu souflé de bordos circinados.
Espuma de fumaça, que um anjo soprou,
requinte na iguaria dos sonhos calcinados.
Gigante cogumelo, em fogo, humanizou
legumes... Corações ao sol evaporados.
E aquele olhar tristonho a morte recusou,
purpurinou-se em chama e ventos açoitados.
Não há explicação que enterre tanto grito,
sequer uma palavra que encerre a existência,
que a vida é uma oração, que afasta e aproxima.
Daquele óbvio truque, de mago contrito,
sobrou o ensinamento do mal e a eloqüência
da chaga que inda sangra herdeiros de Hiroshima.
**********
(06 de agosto de 1945)
Lílian Maial
Da sopa de letrinhas que o homem criou,
o céu serviu souflé de bordos circinados.
Espuma de fumaça, que um anjo soprou,
requinte na iguaria dos sonhos calcinados.
Gigante cogumelo, em fogo, humanizou
legumes... Corações ao sol evaporados.
E aquele olhar tristonho a morte recusou,
purpurinou-se em chama e ventos açoitados.
Não há explicação que enterre tanto grito,
sequer uma palavra que encerre a existência,
que a vida é uma oração, que afasta e aproxima.
Daquele óbvio truque, de mago contrito,
sobrou o ensinamento do mal e a eloqüência
da chaga que inda sangra herdeiros de Hiroshima.
**********