AMAR É PRECISO


Não é preciso o galopar do corpo
E nem a conjunção fugaz das carnes
Um toque de desejo cumpre o escopo
Esgota os ímpetos, entorna os farnes
 
Não é preciso o cavalgar afoito
O crepitar de chamas transitórias
A fugidia ligeirez de um coito:
O tronco satisfeito, a alma inglória.
 
Mas é preciso o olhar da sedução
O deslizar do dedo, o passear da mão
O sussurro dos segredos, sem pudor
 
E nada mais preciso que o prazer
Da precisão de afeto e bem-querer
De duas almas cúmplices no amor.
 
Oldney Lopes©


Imagem: “Cumplicidade” de Marília Nunes,
(Obtida em:
http://www.jokerartgallery.com/fotos/pin/mnunes/cumplicidade.jpg)