GRÃO DE AREIA

Sou apenas pétala de uma rosa morta

tão-só fraca brisa desmanchando no ar

simulacro de riso da Moura Torta

pedaços de mi mesmo jogados no mar

No tiroteio da vida pobre cego

arremedo de poeta desprezado

sim, sou esse zero à esquerda, não nego

como anjo pelo céu abandonado

A indiferença, contudo, me ensinou

que se pedras também acham seu caminho

assim ocorre com o homem que vence a dor

E mesmo sendo um grão de areia no chão

talvez simples ramo que forma um ninho

sou um fragmento da mais bela construção

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 05/08/2009
Código do texto: T1737752
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