Perfídia
Edir Pina de Barros
 
Que gosto estranho o teu ferir-me tanto,
em meio a falsos beijos, vis abraços,
fazer-me, assim,  chorar tão farto pranto,
que inundam os meus olhos tristes, baços.
 
Pressinto o teu desprezo em cada canto,
na falta de carinho, em teus rechaços,
que causam tanta dor e desencanto,
que são profundas fontes de cansaços.
 
Por trás do falso véu teu ser conspira,
e trazes sempre máscara no rosto,
que ninguém vê, por ser demais sutil.
 
Por que fingir e sustentar mentira,
reter, em teu caminho, o fel, desgosto
a ruminar silêncio torpe, vil?
 
Cuiabá, 4 de Agosto de 2009.
ESTILHAÇOS, pg. 77
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 04/08/2009
Reeditado em 17/10/2020
Código do texto: T1735545
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