Nascida a dois de agosto
Adornei um dois de agosto
No mundo, ganhei o meu posto
Bateram-me, para o pulmão eu inflar
E um grilhão no pulso, a me identificar
Passei a cumprir etapas
Que importa se na Penha ou na Lapa?
Onde Castro Alves a escravidão maldiz
Criança, ali...eu fui feliz
Da Igreja São Raimundo,
Foi dali que li o mundo
E foi no banco da escola
Onde a poetisa a língua amola
De fala afiada, cresceu a mulher
A Sol que agora, o mundo quer
Que sonhos de outros poetas afeta
É Sol, é Dantas, não é mulher incerta
Que fez da rima seu doce encosto
Esta menina de dois de agosto