Demorah
Vale mais a tua falta amistosa
Que tua aproximação à revelia;
Mais valoroso é o medo que expelia
Quando vinhas a mim com voz mimosa.
Braço posto, sempre te acolhi nervosa,
Mas ciente sou do que te valia:
Tua ânsia a receber o que eu colhia
E o indecoro que te dava em prosa.
Tardio, sim, porém, aqui, rebento!
Gero asco, tropeço e não sustento
A minh'alma que viste até agora!
Prometo: serei tudo o que mereces,
Já que Deus dará azo às minhas preces
E mostrará o que foi minha demora.
Obs: este soneto é dedicado à minha incondicional amiga Deborah, sempre ao meu lado.