Demorah

Vale mais a tua falta amistosa

Que tua aproximação à revelia;

Mais valoroso é o medo que expelia

Quando vinhas a mim com voz mimosa.

Braço posto, sempre te acolhi nervosa,

Mas ciente sou do que te valia:

Tua ânsia a receber o que eu colhia

E o indecoro que te dava em prosa.

Tardio, sim, porém, aqui, rebento!

Gero asco, tropeço e não sustento

A minh'alma que viste até agora!

Prometo: serei tudo o que mereces,

Já que Deus dará azo às minhas preces

E mostrará o que foi minha demora.

Obs: este soneto é dedicado à minha incondicional amiga Deborah, sempre ao meu lado.

Preto
Enviado por Preto em 31/07/2009
Reeditado em 17/09/2009
Código do texto: T1730144
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