DA SAUDADE
Se o grilhão da saudade te encarcera
Ocupa o coração com dor alheia
E socorre a miséria rude e feia
Que verás no horizonte uma nova era!
A própria dor a gente logo esquece
Quando a dos outros, célere, escasseia,
E a luz da caridade relampeia
Pelo infinito espaço como a prece.
Segue então, em segredo, o seu caminho,
Amparando os doentes e estropiados
Recebendo os amores mais sagrados,
Numa bandeja feita de carinho!
E o cárcere fatal de uma saudade
Desaparece ao sol da liberdade!