QUE AMOR É ESSE ?
Que amor estranho e diferente é esse
que se transmuda, qual amor não fosse,
sutil, distal, assente, amargo e doce,
a despertar em mim tanto interesse?
Vive como se Deus intercedesse,
abençoando o que ele mesmo trouxe
para nunca ter fim e, enfim, tornou-se
transcendental amor tão belo desse!
Presente na distância e na saudade,
princípio e fim sem tempo, eternidade
pela constância com que dele cuido,
ao mesmo tempo inatingível e táctil,
soliloquista, dúplice, retrátil,
pétreo, volátil, consistente, fluido!
Odir, de passagem