Quem à pura volúpia o seu segredo entrega...
Quem à pura volúpia o seu segredo entrega
Da inocente tormenta se diverte em beijo
Como a trama de um canto indiferente enleva
Se agita sem cessar enquanto é só desejo
E a pira mais sagrada peca e a lei deserda
E o corpo todo arde com um louco arpejo
E num compasso atroz daquela pose amada
A tatear-lhe as formas é porque me arquejo
Quisera eu sabê-lo pelos meus espelhos
Qual sente uma rainha em languidez tão certa
Para poder senti-lo entre os meus joelhos
Meu violento sol que o querer me acerta
Ao vê-lo na cadência em que molham os pelos
Largo tesão que cresce quanto mais me aperta