À PROCURA DE UMA ESTRELA



O nosso amor nasceu anoitecente,
em meio ao canto casto das serestas,
meu coração ao seu fazendo festas,
como faz festa todo adolescente.

E como foi bonito o amor da gente!
Como rompemos todas as arestas!
A minha voz..seu vulto atrás das frestas...,
até que a morte veio, de repente!

No crucial instante da partida,
pediu-me não falar em despedida:
“ Eu sempre vou te ver de alguma estrela”.

É por isso que em noite assim, sem lua,
eu fico olhando o céu da minha rua,
buscando os astros, procurando vê-la...

Odir, de passagem