HÁ ...
Há uma dor precisando de cuidado,
arranhando a solidão das paredes...
Há um beduíno a morrer de sede,
no imenso deserto enfeitiçado...
Há um soluço na prisão das horas
desnudas de cores ou esperança;
e tão apenas tristonha balança,
sombria aragem nas folhas lá fora.
Há um desconsolo a murmurar sozinho,
no desfolhar da flor tão branca e bela
que rola ao chão indiferente e frio...
Há na noite tão longa um desvario,
tão frágil como o lume de uma vela
desenrolando um resto de caminho...
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