SENTINELA DO VENTO
Da janela de seu quarto ele observava a vida...
Sentinela do vento, do tempo, da despedida.
Tinha sonhos alheios, devaneios doutra gente;
Transparente, não se via sem guia à sua frente.
De binóculos via as flores e cores da primavera...
Nunca tentou nem arriscou descobrir quem era.
Gostava de viver a ilusão, era ter os pés no chão.
Tudo era mais lindo visto na tela de sua televisão!...
Os dias passavam entre um e outro comercial;
E não enxergava que tudo o que via era real!...
Ele passou, e de seus feitos não se lembrarão.
De mil novecentos e oitenta a dois mil e três;
Não deixou filhos nem bens, irmãos talvez.
Aqui jaz a sentinela do vento, e sua ilusão!...
Música: © 2017 por Guilherme F.Pereira Filho