SENTINELA DO VENTO

Da janela de seu quarto ele observava a vida...

Sentinela do vento, do tempo, da despedida.

Tinha sonhos alheios, devaneios doutra gente;

Transparente, não se via sem guia à sua frente.

De binóculos via as flores e cores da primavera...

Nunca tentou nem arriscou descobrir quem era.

Gostava de viver a ilusão, era ter os pés no chão.

Tudo era mais lindo visto na tela de sua televisão!...

Os dias passavam entre um e outro comercial;

E não enxergava que tudo o que via era real!...

Ele passou, e de seus feitos não se lembrarão.

De mil novecentos e oitenta a dois mil e três;

Não deixou filhos nem bens, irmãos talvez.

Aqui jaz a sentinela do vento, e sua ilusão!...

Música: © 2017 por Guilherme F.Pereira Filho

Guilherme Pereira
Enviado por Guilherme Pereira em 24/07/2009
Reeditado em 22/08/2019
Código do texto: T1716976
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