HÁ DE PASSAR
 
Nublam-se os olhos turvos de saudade,
E o coração qu’agora obscurece,
Bate ao compasso d’uma muda prece,
Na dor da alma em pauta que o invade...
 
Há de passar, então, a triste messe –
Quem dera agora – porém à vontade
É sonho submisso a Divindade –
Que a dor torna em orvalho que esvanece...
 
É o sentimento em lágrima formado,
É nuvem que desfaz-se em sal à face,
Lembranças de um dia ensolarado...
 
Há de nascer o sol – eu sei – um dia,
Em cada amanhecer que agora dá-se,
Então acabará melancolia...
 
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01/10/08 – 23/07/09
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 23/07/2009
Código do texto: T1716063
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