À Florbela Espanca
 
Ah Florbela no noivado estranho
Que banha as flores brancura perfumada
E tu Espanca que Portugal a lágrimas banha
Laranjeira que flori a ti nobre amada!
 
Que a cegueira bendita te apossou
Entre paredes tateia, em sonhos cor dando
Entre amigos poetas declamas que pecou
Por fazer versos que o mundo lhe cegando.
 
Numa escuridão que avistar impossível
Onde tudo imagina e que nada vendo...
É mundo que ao desprezo tocado horrível.
 
E entre as mais absurdas cegueiras o abandono
Que segue sem rumo na sorte desmedida;
Dorido que acordado em pesado sono.
 
Barrinha , 23 de julho 2009 14;00.
antonioisraelbruno
Enviado por antonioisraelbruno em 23/07/2009
Reeditado em 23/07/2009
Código do texto: T1715139
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