Á L I B I [LXXX]
Eu me finjo morar, ainda, em mim.
É mentir, que, de fato, em ti me abrigo.
E por que mais resido, aí, contigo,
quando claro que estamos sós, enfim?
Para não ser comum, porém bom trigo,
meu álibi, por safra, sem ter fim,
deságua num pedido muito assim:
tu tens que dar um laço, aqui, comigo.
Dois em um, dois amantes, em resumo,
e hóspedes, em paz, numa só alma,
e enlaçados, nenhum torcendo o rumo.
No meu peito, tu sendo a mais querida;
eu, também, no teu imo, bem com calma,
sedentário, perene em tua vida...
Fort., 23/07/2009.