Soberana

Soberana

Passavas, soberana na avenida,

Co’a tímida elegância das gazelas,

Solene no teu passo de donzela,

Ingênua, deslumbrante e destemida.

A urbe te seguia embevecida

Das portas, das calçadas, das janelas,

Pois todos se encantavam com a bela

Que aos poucos se afastava distraída...

E todos perseguiam teu trajeto

Na doida pretensão de ouvir um sim,

Na busca dum olhar, dum riso, um gesto.

Porém ninguém jamais te viu tão perto...

Pois juro que brilhavam para mim

Os teus olhos de céu, cheios de afeto.