DILEMA
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
De tão leve textura, que no mar da vida flutua.
E eu cá pelas ruas, andando, minha mão segura,
com muita ternura, o peito onde a imagem tua
se apresenta nua, como amor sem jura!
Pois só tu fulguras em meu ser e peço restitua
o amor que pactua, da vida, alegria e agrura,
que na procura, minh’alma a ti se insinua.
Dia ou noite escura, corre o martírio sem fim,
sem amainar e assim, na espreita de uma falha,
que seja ao menos uma migalha, do destino p’ra mim,
nesta luta de espadim, com a paixão que amealha
prazeres e sofreres, valha, realmente chegar ao fim...
Perde-se a vida, mesmo assim, ganha-se a batalha!