Soneto n. 84
E se não me querias...
**
Se tu não me querias - de fato -
por que foi que me encantaste?
Se era pra não seres mais exato,
por que este querer inventaste?
Teu feitiço veio em toque, no tato,
no sorriso e no olhar que lançaste
(um cantar perigoso, meio inexato)
e todo meu juízo... tu me roubaste.
Sei que, de culpa, tenho essa parcela:
deixei-me ficar no altar, como ovelha,
e se eras forte tigre, era eu só a gazela.
Hoje, perdi a ternura, perdi todo prazer
e, sem meu par, sou apagada centelha,
a pequena estrela de uma luz a morrer!
***
Silvia Regina Costa Lima
20 de julho de 2009
E se não me querias...
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Se tu não me querias - de fato -
por que foi que me encantaste?
Se era pra não seres mais exato,
por que este querer inventaste?
Teu feitiço veio em toque, no tato,
no sorriso e no olhar que lançaste
(um cantar perigoso, meio inexato)
e todo meu juízo... tu me roubaste.
Sei que, de culpa, tenho essa parcela:
deixei-me ficar no altar, como ovelha,
e se eras forte tigre, era eu só a gazela.
Hoje, perdi a ternura, perdi todo prazer
e, sem meu par, sou apagada centelha,
a pequena estrela de uma luz a morrer!
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Silvia Regina Costa Lima
20 de julho de 2009