Meta-Soneto
(Confissão do Artifício- Parte II- “A Autópsia”)
Este Verso não diz nada, mas rima.
E se eu for hábil o suficiente,
Este terceiro será coerente,
E este outro concordará co’o de cima.
Começo esta estrofe co’a mesma rima
anterior. Nada faço diferente.
Mas, me passo por poeta e inteligente,
e engordo, assim, a minha auto-estima.
Entro agora no primeiro terceto.
Na Segunda metade do soneto!
Pronto. Mais uma estrofe é completada.
E neste parvo e absurdo experimento,
Desperdiço palavras vãs, ao vento.
Escrevo tanto... mas não digo nada.
Rio, 7 de Julho de 2001