Escultura
Escultura
Um quiosque numa praça quase deserta
Abrigou os encontros noturnos a meia luz
Pautou meu querer numa cobertura que seduz
E fez-se vida num poema em hora incerta
Sombras vagam no lugar dos amantes
O vazio é memorável porão da saudade
Rasgando o peito com tempero de maldade
Sob o mistério de várias estrelas rutilantes
Silencio na alma, noite triste e escura
O vento desatou todo e qualquer laço
Traçou enigmático quadro sem pintura...
Lembrança apenas... lembrança que tortura
O amor virou tosca figura de mero palhaço
E nas mãos de um artista virou escultura.