Tudo são flores

Deste lado do mar tudo são flores

Há fartura e um clima excelente

Não sabemos de guerras e de horrores,

Europeus fiquem longe dessa gente!

Paraíso piscoso dos amores

Xerelete, badejo, moça quente,

Lá na areia dispõe a sua frente

E carinhos supremos com sabores.

Caravela, com lepra certamente,

Findará a alegria desse povo,

Com um deus invisível, vingativo...

“Tens o céu!”, diz o padre pro temente,

“Alegria no mundo achas de novo,

Só na morte, aceitando o corretivo”.

PS:

O soneto expressa um possível sentimento dos povos que viviam nas Américas à época do Descobrimento. Não é opinião pessoal. Afinal, "assim caminha a humanidade". Obrigado. JL.