Soneto XXII
Na poesia sublime da mente sana
Atropelando a utopia eu sonhava
Cego tanto cria na musa que amava
Numa imortal expressão desumana.
Nos inúmeros despertares a ufana
Essência pícara assim me marcava
Temperamento escravo dominava
No báratro escuro da vida humana.
Dos deleites só o que sobra são enganos
Na sede insaciável dos vis profanos
Nos afagos das Ninfas os sabores.
Na morte da sorte desses amores
Um momento no paraíso das dores
Saiba renascer das cinzas dos anos.
HERR DOKTOR